O ano de 2020 foi, sem dúvida, um dos mais improváveis e imprevisíveis que já vivemos, justamente por conta da pandemia do novo coronavírus que impactou todos os setores sociais, sendo o principal catalisador para uma série de mudanças, como por exemplo, a adoção em massa do trabalho remoto.


Além disso, uma série de outras tendências, especialmente aquelas relacionadas à transformação digital, foram aceleradas e muitos dizem que nesse aspecto vivemos toda uma revolução que, em um cenário considerado “normal”, aconteceria gradualmente ao longo de 5 anos.


Portanto, as principais tendências de mercado para 2021 não são disruptivas ou tem como objetivo criar um novo movimento grandioso, mas sim lidar com as principais situações criadas a partir da pandemia, tendo em vista que ainda estamos lidando - e provavelmente vamos continuar - com as consequências desse evento mundial.


As 5 principais tendências de mercado para 2021 são:

ÍNDICE

1 I FLEXIBILIDADE DOS MODELOS DE TRABALHO 2 I TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
3 I EMPRESAS COM PROPÓSITO
4 I SAÚDE MENTAL
5 I CONSUMO LOCAL E SUSTENTABILIDADE

1 |  FLEXIBILIDADE DOS MODELOS DE TRABALHO

Uma coisa é fato: 2020 colocou em xeque a maioria das crenças que tínhamos sobre o trabalho e trouxe para a mesa uma discussão que está longe de acabar: trabalho presencial, remoto ou híbrido: o que é melhor para a minha empresa? 


Existem diversos fatores que precisam ser levados em consideração e que dependem também do seu modelo de negócio, tipo de atendimento etc. Porém, não podemos negar que, pelo menos para a maioria dos colaboradores, voltar para o modelo 100% presencial não é uma opção. 


Ao longo do ano, o Runrun.it realizou uma série de pesquisas, tanto com gestores, quanto com colaboradores, para entender como estava o cenário de trabalho ao longo dos meses. 


Para o futuro 57,5% dos colaboradores afirmou que gostaria de continuar trabalhando remotamente 5 vezes por semana, o que é quase 3 vezes menor do que a quantidade de gestores que gostaria de continuar 100% em home office, de acordo com pesquisa realizada pelo Runrun.it com cerca de 300 gestores em maio de 2020. Por outro lado, a vontade de trabalhar a distância alguns dias da semana é muito similar para colaboradores (81,5%) e gestores (82,7%), de acordo com os resultados da pesquisa mencionada anteriormente.


A flexibilização do modelo 100% presencial acabou trazendo à tona uma certa quebra de paradigmas em relação a onde e quanto trabalhar, isso porque modelos híbridos e remotos acabam dando mais liberdade para que as pessoas organizem as próprias rotinas, para dar conta das entregas e também de outras atividades.


Empresas como o Facebook já anunciaram que pretendem manter o trabalho remoto até pelo menos 2021, outras empresas já retornaram algumas atividades no escritório, enquanto outras ainda optam por deixar que cada funcionário escolha a melhor opção. Ou seja, estamos passando por um momento de transição, no qual, não há respostas certas, mas sim muita reflexão para chegar ao entendimento do que é vantajoso para as empresas e também para os colaboradores. 


Porém, não podemos negar que essa tendência - que já vinha sendo discutida há algum tempo - chegou e veio para ficar.

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2 | TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

A transformação digital é o ato de usar tecnologia para otimizar processos, resolver problemas e inovar de forma estratégica dentro das organizações. Essa ação envolve toda a estrutura do negócio e acontece por conta dos avanços tecnológicos que causam mudanças no comportamento humano e impactam na forma com a qual as pessoas interagem com produtos e serviços oferecidos pelas empresas. 


Em 2020, a pandemia causada pelo novo coronavírus – que, além de provocar uma crise de saúde mundial, também agravou a situação econômica de muitos países – deixou claro que as empresas que ainda não passaram pela transformação digital não tinham mais espaço no mundo competitivo e tecnológico, o que custou a sobrevivência de muitas e fez com que outras abrissem os olhos e começassem a correr atrás do prejuízo. 


Um estudo realizado pelo Capterra (uma plataforma de busca e comparação de softwares) com 409 funcionários de pequenas e médias empresas (com até 250 funcionários), de diversos setores de todo o país, concluiu que 47% das PMEs entrevistadas não tinham nenhum plano de gestão de continuidade de negócios e foi necessário alocar recursos financeiros do dia para a noite para manter a empresa funcionando e se adequar à nova realidade, como é o exemplo dos negócios que precisaram se reestruturar para fazer atendimentos por delivery. 


De acordo com a pesquisa, 63% dos gerentes responsáveis pela compra de softwares das empresas consultadas afirmam que seus negócios terão de adotar novas ferramentas como resposta à Covid-19. Nesse sentido, softwares de comunicação e segurança do trabalho no home office ganharam destaque, isso porque, a curto prazo, eles se tornam os primeiros pontos de atenção e que precisam ser resolvidos com mais agilidade. 


Um artigo publicado pela McKinsey mostrou que os setores financeiros e de tecnologia são os mais acelerados na transformação digital, justamente por conta do aumento da demanda. Além disso, em uma pesquisa realizada por eles, 85% dos entrevistados afirmaram que em questão de semanas tiveram que acelerar a implementação de tecnologias digitais para permitir o trabalho remoto. 20% deles reportou mudanças consideráveis nos processos de automação, seja para áreas de atendimento (através de chatbots, por exemplo) ou no desenvolvimento de produtos, optando por plataformas de gerenciamento online. 


A transformação digital levanta um ponto interessante sobre o uso de criatividade e inteligência de dados. Com a tecnologia permitindo uma maior coleta e análise de dados, essas informações se tornaram cada vez mais presentes no desenvolvimento de projetos de comunicação. 


O relatório “Tendências e previsões de mídia 2021”, apresentado pela Kantar, aponta que o crescente uso da inteligências artificiais na indústria criativa deverá ser acompanhado por pela mediação humana, que através dos dados vai conseguir acompanhar e medir os impactos da parte criativa na comunicação e também no retorno o investimento. “As marcas e organizações também mostram maior necessidade de uso de “analytics” para encontrar uma combinação ideal entre pontos de contato e canais – indo além da mídia paga e incluindo patrocínios, parcerias, conteúdo de influenciadores, PR e seus canais próprios: onde os consumidores mostram maior receptividade para receber publicidade”, conclui o relatório.

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3 | EMPRESAS COM PROPÓSITO

Apontada pela consultoria Deloitte como uma das 7 tendências de marketing para 2021, o propósito nada mais é do que a razão pela qual uma organização existe. 


As gerações Y e Z estão cada vez mais atentas ao que consomem e por isso escolhem marcas com as quais eles se identificam e confiam. Além disso, o consumo consciente chamou a atenção de muitos para o propósito das empresas e em como elas o têm exercido. 


Uma pesquisa da Accenture Strategy realizada com cerca de 30 mil consumidores constatou que 62% dos entrevistados querem que as empresas se posicionem sobre questões atuais e amplamente relevantes. Além disso, pesquisas da Harvard Business Review apontaram que empresas com propósito superam o mercado em 5% a 7% ao ano, crescendo mais rapidamente e com maior lucratividade. Ou seja, as empresas precisam começar a fazer parte das soluções de problemas sociais. 


Os consumidores estão cada vez mais voltando os olhares para as ações das marcas em busca de coerência. Assim, ações esporádicas podem até trazer um bom resultado no curto prazo, mas podem também representar a ruína da empresa no futuro, caso ela não seja genuína. 


O relatório Edelman Trust Barometer 2020: In Brands We Trust, que avaliou a confiança nas marcas durante o período da pandemia por meio de entrevistas realizadas com cerca de 12 mil pessoas em 12 países, revelou que 1 a cada 3 entrevistados convenceram outras pessoas a pararem de consumir uma determinada marca, por considerar que sua atuação nesse período não estava sendo adequada. 


Podemos perceber que apesar da ideia ser simples, a execução pode ser muito complexa. Assim, é preciso entender que ações desse tipo demandam comprometimento de longo prazo. 


Além disso, garanta que essa informação esteja clara para todos da empresa. “Quando uma empresa coloca o seu “porque” no centro das operações, o propósito é amplificado e se estende para fora da empresa, segundo o relatório da Deloitte. 


“As oportunidades de sucesso ou fracasso são reais e, embora a paixão por uma causa possa ser forte, se as marcas apenas falarem e não fizerem nada, a credibilidade delas será questionada. Ações valem mais, e falam mais alto, do que palavras”, aponta o relatório da Kantar, mencionado anteriormente. 


Outro estudo recente realizado por eles, o BrandZ, constatou que agir com responsabilidade é o que mais influencia a reputação de uma marca (49%). Assim, muitas marcas enxergam esse tipo de posicionamento como uma forma de conexão significativa com os consumidores, já que, como podemos acompanhar pelos dados, esse fator é cada vez mais relevante .

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4 | SAÚDE MENTAL

A preocupação com a saúde mental deveria estar em pauta independente da época do ano. Porém, por conta da pandemia do novo coronavírus, e o consequente aumento do trabalho remoto – devido ao isolamento social – questões relacionadas a saúde mental no home office e Síndrome de Burnout tem se tornado cada vez mais relevantes, já que os impactos da pandemia vão além das crises de saúde e economia, afetando também nossas emoções e a forma com a qual lidamos com as situações no trabalho.


A Síndrome de Burnout pode ser definida como um distúrbio psíquico relacionado ao esgotamento mental e físico no trabalho, que em casos mais graves pode resultar até mesmo em depressão profunda. 


Os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout são:

  • Estresse prolongado 
  • Sobrecarga
  • Sensação de que as coisas estão fora de controle 
  • Falta de reconhecimento 
  • Perda do senso de comunidade
  • Injustiças no trabalho

Em novembro de 2020, o Runrun.it realizou uma pesquisa com mais de 1.500 trabalhadores, de diversos setores, com o objetivo de entender como está o estresse nas empresas. 


Devido ao processo de adaptação a essa nova rotina, 43% dos entrevistados apresenta dificuldade em se desconectar depois de um dia de trabalho e 61% afirma se sentir esgotado e sem energia física ou emocional após o final do expediente. 


Como consequência, a satisfação no trabalho no segmento de publicidade, propaganda e marketing digital, por exemplo, caiu 29%, em relação a pesquisa realizada pelo Runrun.it em junho de 2020 com colaboradores de agência. Na época, 80% dos colaboradores da área afirmaram estar satisfeitos com a empresa e as lideranças. 


Além disso, 54% considera que não está conseguindo entregar as tarefas e projetos com a qualidade que deveria e 37,87% acredita que a eficiência diminuiu (contra 42% que afirma que o nível de produtividade continua o mesmo). 


Entretanto, analisando pelo lado da sobrecarga, que é uma das principais causas da Síndrome de Burnout, apenas 37% se sente sobrecarregado ou acredita que as atividades realizadas não são equivalentes ao cargo que ocupam atualmente. Porém, esse número aumenta 8% quando olhamos para os cargos de não-decisores.


Por outro lado, o fato de 54% dos colaboradores e 64% dos líderes terem ideia clara do valor do trabalho que fazem e do impacto de suas ações dentro da empresa pode significar que a maioria dos casos de estresse não chegam a evoluir para a Síndrome de Burnout, já que essa conexão com o trabalho é fundamental para a manutenção da saúde.


Aprender a lidar com o estresse no trabalho através de técnicas de Mindfulness, comunicação não-violenta e buscar o aprimoramento da inteligência emocional é importante para o crescimento pessoal e profissional de todos. Porém, não podemos esperar que essas características floresçam em ambiente tóxicos.


Além disso, podemos citar o exemplo da Microsoft - mostrado aqui neste artigo da TrendWatching - que anunciou novas funcionalidades de comunicação e “bloqueio de agenda” para pequenas pausas na plataforma Teams, para auxiliar os colaboradores a equilibrar o trabalho e a vida pessoal.

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5 | CONSUMO LOCAL E SUSTENTABILIDADE

Uma jornada de compra identifica o caminho percorrido por um clientes antes da compra ser realizada. É muito provável que as áreas de Marketing já possuam essas jornadas mapeadas, até porque elas são fundamentais na análise e formulação de estratégias e na produção de conteúdo, por exemplo, caso você trabalhe com uma estratégia de inbound marketing. 


Porém, como já mencionamos, momentos de ruptura, como esse que vivenciamos por conta da pandemia, são responsáveis pela mudança de hábito da população, o que por sua vez pode gerar novas oportunidades e também outros pontos de contato. 


Por conta do isolamento social o nosso comportamento mudou. O uso das redes sociais se intensificou e os encontros de clubes, amigos e em alguns casos até festas passaram a ocorrer virtualmente. Para evitar ir ao mercado, aplicativos de entrega começaram a ofertar de forma mais intensa a facilidade das compras virtuais e a famosa “fila do banco” foi substituída pela aplicativos. 


Outro exemplo também é o aumento da exploração do local. Vamos imaginar que uma pessoa vai de carro ao supermercado uma vez por semana. Com a pandemia, ela passou a frequentar o mercado que fica a duas ruas da casa dela. Nesse cenário temos: 1) a oportunidade do mercado local fidelizar o cliente com uma experiência melhor e 2) o mercado mais distante acaba ficando em desvantagem e por isso, a longo prazo, precisa estudar o impacto disso, para entender em diferenciais pode oferecer em um período pós pandemia, por exemplo. 


Um outro empreendimento apresentado pelo artigo da TrendWatching apresenta o conceito de “Cidades em 15 minutos”, que seria uma forma de estruturar as cidades para que os itens essenciais estivessem próximos o suficiente para que fossem acessíveis a pé ou de bicicleta. A proposta deles é transformar estacionamentos e garagens nesses espaços, fazendo parcerias com comércios e empreendimentos locais. 


É claro que esses comportamentos precisam ser mapeados de acordo com cada público e nicho específico que te interessa. Mas não podemos negar que essa mudança aconteceu para todas as gerações e pode ser que ela não tenha volta. 


Dessa forma, os pontos de contato que você tinha com seus clientes em potencial podem ter aumentado ou ainda se transformado, ou seja, pode ser que por conta dessa mudança você esteja desperdiçando seus investimentos em pontos que hoje já não fazem mais sentido. 


Portanto, um dos primeiros itens para ficar de olho no seu planejamento de marketing 2021 é como o seu ICP (ideal client profile) está se comportando, mapear os pontos de contato que mais fazem sentido e adequar suas estratégias de comunicação, seja no formato ou no tom de voz, para garantir que essa jornada possa ser completada com sucesso.

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[Bônus] Geração C

Ao pensar na palavra geração a primeira coisa que vem a nossa mente são as divisões clássicas entre baby boomers, X, Y (Millennials) e Z. Esses grupos foram formados a partir de acontecimentos históricos que causaram mudanças, e portanto, alteraram forma de viver e pensar. Dessa forma, além de compartilharem uma mesma data de nascimento, por assim dizer, cada geração se une também através de um ideal. 


Pensando nisso, uma pesquisa recente realizada pela agência de relações públicas e marketing digital, FleishmanHillard, apontou o surgimento da Geração C, que foi o termo criado por eles para descrever o grupo que está passando pelos impactos da pandemia do novo coronavírus. 


Portanto, temos a criação de uma geração unida por um evento histórico de proporções mundiais, porém que inclui indivíduos independente da idade. Ou seja, você pode estar na geração Y e C ao mesmo tempo! 


O ponto em comum que deu origem a esse conceito foi a conexão com o consumo de conteúdo digital. Dessa forma, de acordo com a pesquisa, temos um público conectado por 4 C’s: Conectividade, Curadoria, Criatividade e Comunidade. Ou, nas próprias palavras dos pesquisadores: “um público digital conectando, criando e fazendo curadoria em comunidades”. 


Certo! Agora que você já conhece as principais características da Geração C, como isso pode te ajudar na hora de elaborar estratégias? A resposta é bem simples: o conhecimento que obtemos sobre o nosso público nos ajuda a entender melhor suas dores e necessidades. Assim, podemos direcionar a produção de conteúdo, por exemplo, para aquilo que as pessoas desejam, de fato, saber. 


Além disso, em tempos como esse, a única certeza é a mudança, ou seja, em muitos momentos o uso da sensibilidade e a capacidade de perceber nuances serão pontos chave para o desenvolvimento dos projetos. 


O que muitos esperam das marcas para hoje e no futuro é comprometimento cultural. De acordo com a pesquisa da FleishmanHillard citada acima, 1 em cada 5 postagens feitas em redes sociais relacionadas ao varejo na pandemia continham dicas sobre como comprar com segurança, informações sobre as novas regras de capacidade para cada estabelecimento, importância do uso de máscaras e distanciamento físico, o que vai totalmente de encontro a expectativa criada pelos clientes. De acordo com 70% dos consumidores globais, esse é o tipo de posicionamento que eles esperam das marcas nesse momento. Outros dados relevantes dessa pesquisa são:

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Como pudemos acompanhar o home office e a transformação digital continuarão sendo tendência para 2021. Por isso, para continuar gerenciando o seus projetos com facilidade, independente de onde você e sua equipe estejam, se comunicando de forma transparente e acompanhando a visão do todo, você pode contar com o Runrun.it! Crie a sua conta grátis agora: http://runrun.it

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